Um indígena foi morto nesta sexta-feira (24) em um confronto entre povos originários da etnia Guarani Kaiowá e policiais do Batalhão de Choque da Política Militar de Mato Grosso do Sul, em uma propriedade rural de Amambai. A informação é do hospital regional da cidade, que recebeu os feridos do conflito.
Segundo veículos de imprensa locais, outros sete indígenas foram feridos com tiros de arma de fogo, inclusive dois menores de idade. Três policiais também foram baleados, nas pernas e braços, segundo a Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
Em coletiva de imprensa na noite de sexta-feira, o secretário de Segurança de Mato Grosso do Sul, Antonio Carlos Videira, disse que a Polícia Militar foi acionada na noite de quinta-feira (23) para atender ocorrência de crime contra o patrimônio e crime contra a vida na Fazenda Borda da Mata, propriedade próxima da aldeia que é considerada território indígena pela Assembleia Geral do Povo Kaiowá Guarani, a Aty Guasu. No local, segundo o secretário, os policiais foram recebidos a tiros.
A versão dos integrantes da comunidade Guarani Kaiowá é diferente. Eles afirmam que um segundo indígena também foi morto no confronto, que começou na madrugada de sexta-feira com a presença de “pistoleiros”. A situação, posteriormente, teria sido agravada com a chegada da polícia, que cercou o terreno com viaturas e apoio de um helicóptero. Na versão dos indígenas, a polícia disparou contra eles do helicóptero. Já a Sejusp afirmou que o helicóptero foi alvejado “a tiros por criminosos armados”.
“Foram atacadas crianças, jovens, idosos, famílias que decidiram, depois de muito esperar sem alcançar seu direito, retomar um território que sempre foi deles e que foi roubado no passado de nosso povo”, destacou a Aty Guasu em nota divulgada neste sábado.
A presença policial na região vai continuar para evitar novos conflitos. Segundo o secretário de segurança do estado, 100 policiais da tropa de choque estão no local.