O envio de tropas dos EUA na Romênia aumenta os riscos para a segurança da Rússia e levará Moscou a tomar contramedidas, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, nesta quarta-feira. Ele estava se referindo à 101ª Divisão Aerotransportada do Exército dos EUA, que atualmente está estacionada na Romênia, na fronteira com a Ucrânia.

Falando a repórteres, Peskov observou que “quanto mais perto as tropas americanas estão de nossas fronteiras, maior o perigo que corremos”. Ele continuou dizendo que Moscou considera essa presença militar ao desenvolver sua estrutura de segurança.

Peskov reiterou que tal implantação na porta da Rússia “não contribui para a previsibilidade e estabilidade”.

Na semana passada, falando à CBS News, comandantes da 101ª Divisão Aerotransportada disseram que não hesitariam em entrar na Ucrânia caso um conflito direto surja entre a Rússia e a OTAN.

No total, cerca de 4.700 soldados americanos da 101st Airborne foram enviados para a Europa. Enquanto na Romênia, a divisão, que foi apelidada “Águias Gritantes”, está realizando exercícios de ataque terrestre e aéreo com fogo real com seus homólogos da OTAN.

De acordo com seus comandantes, a divisão é a unidade dos EUA mais próxima dos combates na Ucrânia e está monitorando ativamente os militares russos enquanto organiza exercícios para “replicar exatamente o que está acontecendo” lá.

A OTAN afirmou repetidamente que não é parte no conflito e não enviará suas tropas para a Ucrânia. No final de junho, o secretário-geral Jens Stoltenberg anunciou que o bloco liderado pelos EUA aumentaria significativamente o número de suas forças em alerta máximo de 40.000 para mais de 300.000.

Desde o início da campanha militar da Rússia na Ucrânia, a OTAN tem canalizado bilhões de dólares em ajuda militar para Kiev, fornecendo-lhe armamento de última geração.