Na TV, Bolsonaro menciona preferência de presidiários por Lula
Em propaganda eleitoral na TV exibida nesta terça-feira (11), a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, afirmou que seu adversário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), possui preferência entre a massa carcerária brasileira.
Para isso,
apresentou dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e de veículos de
comunicação que apontam vitórias expressivas de Lula na apuração de votos por
parte de presos provisórios, isto é, que possuem direito a voto por ainda não
terem sentença transitada em julgado. Apenas presos que já tiveram
condenação criminal definitiva perdem o direito de votar.
Segundo a inserção,
no presídio de Tremembé, em São Paulo, Lula obteve 98% dos votos,
enquanto em presídios paraibanos, a preferência pelo petista foi de 90,3%. Outras
unidades prisionais também são mencionadas com maioria de votos dada ao
candidato petista. Nesta semana, O Antagonista publicou um levantamento
que aponta que Lula somou 80,6% dos votos dentro dos presídios brasileiros, contra
15,8% de Bolsonaro.
Como motivo para
essa preferência, a campanha do atual presidente traz declarações de Lula em
que ele teria sido condescendente com ações criminosas. Na primeira fala
exibida, feita em novembro de 2019 no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Paulo,
o petista diz que não pode ver mais “jovem de 14, 15 anos assaltando e sendo
violentado, assassinado pela polícia, às vezes inocente, ou às vezes porque
roubou um celular”.
Em outra declaração, dada em junho deste ano, Lula relembra que, em 1998, intercedeu junto ao então presidente Fernando Henrique Cardoso a favor da soltura dos sequestradores do empresário Abílio Diniz, presos em 1989 – todos eram ligados a movimentos de guerrilha armada na América Latina.
“Lula e os partidos de esquerda que o apoiam defendem a
saidinha de traficantes agressores de mulheres e assassinos dos presídios. É a
vida da sua família em risco”, diz a locução do vídeo.
Propaganda de Lula também aposta em críticas ao adversário
Já a campanha do ex-presidente inicia seu programa retomando
acusações feitas nas duas últimas inserções – no sábado (8) e na segunda (10) –
em que acusa Bolsonaro de já ter defendido o aborto de um dos seus filhos em
uma entrevista dada em fevereiro de 2000 à revista IstoÉ.
A aposta faz parte da estratégia de Lula de conquistar apoio
do eleitorado cristão, predominantemente contrário ao aborto. Para isso, nas
propagandas deste segundo turno o petista tem focado na pauta de costumes,
acenado a evangélicos e católicos e, principalmente, mudado seu discurso em
relação ao aborto.
Na última sexta-feira (7), primeiro dia da propaganda eleitoral na TV e no rádio neste turno, Lula disse que é contrário à realização do procedimento. Entretanto, em outras ocasiões o petista já deu diversas declarações a favor do aborto. Ainda neste ano, o ex-presidente defendeu a prática.
A propaganda de Lula nesta terça também acusa a política de flexibilização do acesso a armas e munições do governo federal e ter ajudado facções e milícias e faz acusações de corrupção contra o governo Bolsonaro. Em seguida, mostra falas de Simone Tebet (MDB), ex-candidata à presidência, de quando decidiu apoiar o petista no segundo turno.
Na sequência, o programa passar a mencionar feitos econômicos durante a gestão de Lula e, à frente, propostas de governo como a renegociação de dívidas de inadimplentes e o aumento do salário mínimo.