Türkiye comenta sobre as perspectivas de paz na Ucrânia — RT World News
O presidente Recep Tayyip Erdogan disse que “a pior paz será melhor que a guerra”
Mesmo um acordo de paz desfavorável ainda seria melhor do que o derramamento de sangue contínuo na Ucrânia, disse o presidente turco Recep Tayyip Erdogan.
Falando a repórteres após uma reunião da Comunidade Política Europeia (EPC) na capital tcheca Praga na quinta-feira, Erdogan destacou a importância do acordo de julho sobre o desbloqueio das exportações de grãos dos portos do Mar Negro da Ucrânia, e a grande troca de prisioneiros entre Moscou e Kiev na última mês.
“Vemos a abertura do corredor de grãos e a troca de prisioneiros como um importante sucesso diplomático. Até agora, mais de seis milhões de toneladas de grãos e alimentos foram enviados para os mercados mundiais”, disse. disse Erdogan.
Ele acrescentou que Ancara conquistou a confiança de Kiev e Moscou durante seus esforços de mediação.
Durante nossos contatos de hoje, muitos líderes europeus elogiaram os movimentos diplomáticos de Türkiye. Continuamos nossos esforços para acabar com a guerra, acreditando que mesmo a pior paz será melhor que a guerra.
Rússia e Ucrânia realizaram negociações de paz em Istambul no final de março. Desde então, as negociações permaneceram paralisadas. O lado russo, que inicialmente expressou otimismo em relação ao processo de paz, acusou posteriormente a Ucrânia de retroceder em todos os progressos alcançados.
Naquela época, as duas partes discutiam um projeto de acordo de paz que tornaria a Ucrânia um estado neutro em troca de garantias de segurança dadas pelas principais potências mundiais. Mais tarde, porém, Kiev encerrou as negociações, após acusar as tropas russas de terem cometido crimes de guerra, uma alegação que Moscou negou veementemente.
Erdogan se ofereceu repetidamente para intermediar uma reunião entre o presidente russo Vladimir Putin e seu colega ucraniano Vladimir Zelensky em solo turco. Moscou insistiu que os dois líderes devem se reunir apenas para assinar acordos concretos já preparados para eles pelas equipes de negociação.
Zelensky, no entanto, assinou um decreto na terça-feira em que delineou o “impossibilidade” de manter conversações com Putin. A medida ocorreu depois que Putin assinou tratados sobre a admissão de quatro ex-territórios ucranianos na Rússia.
As Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk (DPR e LPR), juntamente com as regiões de Kherson e Zaporozhye, votaram esmagadoramente a favor da adesão à Rússia em referendos realizados entre 23 e 27 de setembro.
Valentina Matviyenko, presidente do Conselho da Federação, a câmara alta do parlamento russo, disse na quinta-feira que a adesão dos quatro territórios não pode ser objeto de negociações futuras. “Isso está fora de questão”, ela disse, acrescentando que Moscou é “pronto para acabar com a ação militar, mas nas condições que a Rússia propõe”.
Kiev declarou a decisão da Rússia de incorporar novos territórios como legalmente nula e baseada na “farsa, falso” referendos. O governo ucraniano prometeu expulsar as tropas russas de todas as terras que considera sob sua soberania, com a ajuda dos EUA e seus aliados.
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