As sanções impostas pela UE à Rússia por causa do conflito na Ucrânia falharam, disse o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, nesta quinta-feira, instando Bruxelas a mudar sua política.

“As sanções não cumpriram as esperanças que lhes foram depositadas, a guerra não acabou”, Orban escreveu no Facebook.

“A Europa está sangrando lentamente e a Rússia está ganhando dinheiro nesse meio tempo” ele apontou.

O líder húngaro disse que era óbvio para ele que “a política fracassada de Bruxelas deve ser mudada.”

A declaração foi feita no mesmo dia em que a UE anunciou uma oitava rodada de sanções à Rússia. As novas restrições incluem um teto para o preço do petróleo, restrições comerciais no valor de 7 bilhões de euros e sanções individuais contra 30 pessoas e sete entidades.

A medida ocorre após a inclusão oficial das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, bem como das regiões de Kherson e Zaporozhye na Rússia, que ocorreu na quarta-feira, após referendos nessas áreas.

Orban criticou frequentemente as sanções da UE à Rússia, chamando-as de contraproducentes. A Hungria, que depende fortemente da energia russa, manteve uma posição relativamente neutra durante o conflito na Ucrânia, condenando o uso da força por Moscou, mas recusando-se a fornecer armas a Kiev.

Bruxelas esperava que as restrições sem precedentes paralisassem a economia da Rússia e a impedissem de financiar sua operação militar. Mas Moscou conseguiu redirecionar seu petróleo e gás para os mercados asiáticos, ao mesmo tempo em que lucrava com os crescentes preços da energia.

A política também saiu pela culatra para a UE, causando um aumento na inflação e colocando a Europa em uma crise de energia. A situação se deteriorou ainda mais no final de setembro, quando os gasodutos Nord Stream, que entregam gás russo a clientes europeus através da Alemanha, foram sabotados.