Lula diz que vai festejar qualquer que seja o resultado do primeiro turno
O candidato do PT à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que vai para a Avenida Paulista no domingo (2) comemorar qualquer que seja o resultado do primeiro turno das eleições 2022. O Tribunal de Justiça de São Paulo autorizou o uso da via por apoiadores, a partir das 20 horas, três horas depois de finalizada a votação em todo o país.
“Se vencermos, vai ser para comemorar. Se der segundo turno, vamos festejar também porque ressurgir das cinzas como nós ressurgirmos é motivo de muita alegria, de muita vitória”, afirmou o ex-presidente em coletiva de imprensa na tarde deste sábado (1º).
Lula fez questão de agradecer aos nove partidos (Psol, Rede, PSB, PCdoB, PV, Agir, Avante, Pros e Solidariedade) que formaram a aliança com o PT na disputa deste ano – um fato inédito, nas palavras do candidato. Fazendo uma analogia com o futebol, disse que por muito tempo ele e Geraldo Alckmin (PSB) se comportaram como jogadores de times rivais, que sempre que se viam se tratavam com “chutes na canela” e que hoje jogam no mesmo time.
O petista teceu críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL), adversário dele nas urnas neste domingo, e comparou o candidato à reeleição com figuras como Jânio Quadros e Fernando Collor, ambos ex-presidentes da República. Um, disse Lula, tinha como cabo eleitoral uma vassoura e “em seis meses abandonou o país”. O outro, completou o petista, surgiu como “caçador de marajás” e renunciou ao cargo depois de eleito para tentar escapar, em vão, do impeachment. “Nós temos agora esse cidadão que está aí, que é fora do padrão de qualquer normalidade de governança que o Brasil precisa”, disparou, se referindo indiretamente a Bolsonaro.
Ainda em tom de crítica ao atual governo, o candidato do PT disse
que “o país não merecia ter passado pelo que passou” nos últimos quatro anos.
Ao reclamar da eleição de Bolsonaro em 2018, Lula teve um raro momento de mea
culpa e classificou os escândalos de corrupção em seu governo como um “pecado”.
“Esse país não merecia o sofrimento a que foi submetido, por
ganância, por raiva, por ódio, por preconceito, pela prática do racismo. Todo
mundo sabe que, por mais que a gente tenha cometido um pecado, a gente não
merecia ter sido condenado e ganhado esse Bolsonaro como presidente da
República do Brasil”, disse.
Ao ser questionado sobre as alianças que pretende fazer no segundo turno, Lula explicou que vê essa como uma nova eleição. Perguntado se gostaria do apoio da candidata Simone Tebet (MDB), o petista respondeu que “não se pode ter melindre de conversar com quem quer que seja”. Por fim, o petista disse que, em um segundo turno, sua candidatura será como a Arca de Noé. “Basta dizer que quer entrar lá dentro que nós vamos salvar todo mundo”.
Lula se despede da campanha em ato na Avenida Paulista
O ex-presidente Lula participou de um ato político neste sábado, na Avenida Paulista, em São Paulo, no encerramento da campanha eleitoral do petista. O evento contou com a participação do candidato a vice-presidente Geraldo Alckmin, do candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad (PT) e do ex-governador Márcio França (PSB), que concorre ao Senado.
Na chamada “Caminhada da Vitória”, os candidatos trafegaram em uma caminhonete e os apoiadores seguiram a pé.