Cidade de São Paulo registra surto de meningite em dois bairros da capital
A prefeitura de São Paulo declarou nesta semana um surto de meningite
nos bairros Vila Formosa e Aricanduva, localizados na zona leste da capital
paulista. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, foram contabilizados
cinco casos da doença meningocócica do mesmo tipo C na região no período de 16
de julho a 15 de setembro. Uma mulher de 42 anos morreu no dia 2 de agosto. Também
foram infectados um bebê de apenas dois meses, dois jovens de 20 e 21 anos e em
um idoso de 61 anos.
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), imediatamente
após as notificações dos casos, foram desencadeadas ações de prevenção e
controle pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), como o
fornecimento de medicamentos preventivos para pessoas consideradas próximas,
como parentes ou habitantes da mesma casa dos cidadãos acometidos pela doença,
além da intensificação vacinal na região, com a imunização de moradores dos
dois distritos da zona leste que têm entre três meses e 64 anos de idade,
inclusive com busca ativa. Já foram vacinadas 8.455 pessoas na região nas duas
últimas semanas.
“Em razão do atual surto localizado nos distritos da Vila
Formosa e Aricanduva, a SMS ressalta que a intensificação da vacinação contra a
meningite está sendo feita na área de abrangência de quatro Unidades Básicas de
Saúde (UBSs) locais: UBS Formosa II, Assistência Médica Ambulatorial (AMA)/UBS
Integrada Guarani, UBS Jardim Iva e UBS Comendador José Gonzalez. Para receber
a vacina, pessoas que residem nessa região devem apresentar comprovante de
endereço. No caso de quem trabalha nas proximidades, basta apresentar
comprovante trabalhista, como crachá, holerite, carteira de trabalho atualizada
ou declaração com nome da empresa, endereço e carimbo”, diz a pasta.
Neste ano, foram registrados outros dois surtos localizados
de meningite meningocócica na capital. O primeiro foi registrado entre os meses
de janeiro e março, no Jardim São Luís, onde ocorreram três casos, sendo que
duas pessoas morreram. No segundo, entre os meses de maio e junho, na região do
Pari, foram dois casos, com um óbito. A SMS esclarece que se considera surto da
doença meningocócica quando há ocorrência de três ou mais casos do mesmo tipo
em um período de 90 dias na mesma localidade. Na região do Pari, embora tenham
ocorrido menos de três casos, foi classificado como surto em razão do número de
casos relativo ao tamanho da população local.
Somente em 2022 a cidade de São Paulo registrou 56 casos de
meningite e um total de nove mortes provocadas pela doença. Dentre os sintomas
estão febre, dor de cabeça prolongada, vômito, fraqueza, sonolência e rigidez
na região da nuca. A vacinação é o principal meio de prevenção. “Cabe
esclarecer que em toda a cidade o número de casos diminuiu neste ano na
comparação com 2019, ano anterior à pandemia de Covid-19. “Durante o mesmo
período de 2019 (janeiro a setembro) foram registrados 158 casos da doença, ou
seja, uma redução de 64,5% no âmbito geral. O número de óbitos decorrentes da
doença também registrou queda. Foram nove, ao todo, neste ano até o momento,
ante 28 em 2019”, diz a prefeitura.
“É fundamental que pais e responsáveis mantenham a vacinação
de seus filhos em dia para protegê-los das chamadas doenças imunopreveníveis,
como meningite meningocócica, poliomielite, difteria, coqueluche, sarampo,
caxumba, entre outras. Vacinas salvam vidas e isso ficou ainda mais evidente na
pandemia de Covid-19”, afirma o secretário municipal da Saúde, Luiz Carlos
Zamarco, em nota encaminhada pelo órgão.
Como parte do calendário vacinal de rotina, o imunizante contra a meningite meningocócica C deve ser aplicado em bebês aos 3, 5 e 12 meses. O de meningite meningocócica ACWY atualmente é aplicado na faixa etária de 11 a 14 anos de idade (a vacinação foi ampliada no último dia 19 também para adolescentes de 13 e 14 anos, até junho de 2023, conforme definição do Programa Nacional de Imunizações).