Não há sinal de que os apoiadores de Kiev nos EUA e na UE estejam intensificando as entregas de armas à Ucrânia em resposta à mobilização parcial na Rússia, informou a Bloomberg.

Autoridades em Kiev dizem que precisam de mais sistemas de lançamento de foguetes múltiplos e tanques para resistir ao que chamaram de “escalação” pela Rússia, referindo-se ao movimento de Moscou de convocar cerca de 300.000 reservistas para reforçar suas forças na Ucrânia.

Mas um alto funcionário europeu não identificado disse à agência que é “improvável” que haja qualquer aumento dramático no fluxo de armas para Kiev ou que quaisquer novos tabus sejam quebrados pelo Ocidente em termos dos tipos de armas a serem enviadas.

Isso ocorre porque os EUA são cautelosos em provocar um conflito direto com a Rússia ao entregar armas mais avançadas e os estoques de armas principais da UE estão acabando, explicou ele.

Quatro funcionários disseram à Bloomberg que não viram nenhuma indicação de que os governos europeus se preparassem para fornecer uma nova rodada de armas à Ucrânia.

Eles destacaram os tanques Leopard de fabricação alemã como “um pomo particular de discórdia”. Eles são usados ​​por vários membros da OTAN, incluindo Espanha, Holanda, Noruega e Grécia, mas países individuais precisam obter permissão de Berlim para fornecê-los a Kiev.

No entanto, de acordo com uma fonte, nenhuma dessas nações ainda apresentou esses pedidos às autoridades alemãs.

Na Itália, a falta de fundos já empurrou a Ucrânia para baixo na lista de prioridades do governo, com o fluxo de armas diminuindo desde julho, disse uma autoridade.

No entanto, a Bloomberg ainda descreveu a ajuda letal ocidental a Kiev como “impressionante,” lembrando que os EUA gastaram US$ 15,1 bilhões em armas para a Ucrânia desde o início do conflito no final de fevereiro, com a Alemanha acrescentando 734 milhões de euros (US$ 711 milhões) em armas.

Moscou há muito critica as entregas de armas, argumentando que elas apenas prolongam o conflito e aumentam o risco de um confronto direto entre a Rússia e a OTAN.

Ao anunciar a mobilização parcial, o presidente Vladimir Putin disse que a Rússia tem enfrentado “toda a máquina militar ocidental” na Ucrânia. O ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, também alertou que “os EUA, de fato, estão à beira de se tornar uma parte do conflito” devido à sua generosa assistência a Kiev.