Os planos da Turquia de ingressar na Organização de Cooperação de Xangai (SCO) provocaram uma reação furiosa em Berlim, com o chanceler alemão Olaf Scholz criticando a decisão de Ancara de buscar adesão ao bloco de segurança liderado pela Rússia e pela China.

“Estou muito irritado com esse desenvolvimento”, Scholz disse a jornalistas em Nova York após seu encontro com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan à margem da Assembleia Geral da ONU. O chanceler disse acreditar que a SCO “não é uma organização que entrega uma contribuição importante para uma boa coexistência global.”

Scholz disse, no entanto, que o mais importante é estar de acordo com o seu homólogo sobre o conflito na Ucrânia, especialmente para chegar a um acordo sobre “como deixar claro que a guerra russa na Ucrânia pode não ser bem sucedida.”

Erdogan anunciou os planos da Turquia de buscar formalmente a adesão à SCO durante a cúpula do grupo em Samarcanda, Uzbequistão, na semana passada. “Claro, esse é o objetivo”, ele disse, respondendo a uma pergunta sobre os planos de Ancara de se juntar ao grupo.

Mais cedo na terça-feira, o presidente turco também disse que não queria escolher entre o Oriente e o Ocidente, acrescentando que não deve à UE uma explicação para todas as suas decisões. Erdogan critica Bruxelas por manter a Turquia “fora por 52 anos”.

A SCO é uma aliança de integração econômica e construção de confiança que foi fundada em 2001 e agora é o maior bloco regional do mundo. Atualmente, a SCO incorpora China, Rússia, Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Uzbequistão, Índia, Paquistão e, mais recentemente, Irã. A Turquia, juntamente com vários outros países, é reconhecida como um ‘parceiro de diálogo’ especial do grupo.

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