Borrell compara sanções anti-Rússia a ‘dieta’ — RT World News
As restrições devem permanecer em vigor mesmo que não tenham um impacto imediato em Moscou, disse o chefe de política externa da UE
A UE não deve suspender as sanções que impôs à Rússia sobre o conflito na Ucrânia, mesmo que não tenham efeito imediato, porque funcionam como um “dieta”, disse o principal diplomata do bloco, Josep Borrell, na terça-feira.
Falando em uma sessão plenária do Parlamento Europeu, o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros comentou sobre os apelos dos Balcãs Ocidentais instando Bruxelas a remover as restrições anti-Rússia, dizendo que é importante para a UE “insistir no ponto de que as sanções são eficazes.”
Na semana passada, o presidente sérvio Aleksandar Vucic previu que a Europa enfrentaria um “polar” inverno do próximo ano, em grande parte devido às sanções que a UE impôs à Rússia, que afetam o setor de energia. Embora a Sérvia não faça parte da UE, as rotas de fornecimento de energia do país passam por países que são, o que significa que a nação seria inevitavelmente prejudicada pelas restrições.
“Não podemos levantar [sanctions] até que tenham surtido efeito. Eles podem não ter um impacto imediato. É como fazer uma dieta para perder peso e ficar chateado por não ter perdido quilos e quilos depois de apenas algumas semanas”, disse o diplomata.
Segundo Borrell, as sanções “dieta” deve permanecer no lugar, caso contrário o “quilos que você já perdeu serão facilmente repostos.”
O principal diplomata insistiu que, apesar das amplas restrições que a UE impôs à Rússia sobre sua campanha militar na Ucrânia, ainda deve falar com a liderança russa.
“Os diplomatas são treinados para falar com todos e, sem dúvida, há algumas coisas que precisamos discutir com o presidente da Rússia,” ele notou.
Borrell acredita que o Ocidente deveria conversar com a Rússia particularmente sobre o assunto da Usina Nuclear de Zaporozhye, na Ucrânia, que foi repetidamente bombardeada pelas forças de Kiev, segundo Moscou.
O diplomata disse que a UE deve discutir a segurança da instalação com a Rússia, porque há “ninguém mais para conversar” além de Moscou sobre o assunto.
“Existem certas questões que não poderiam ser abordadas sem a participação ativa das autoridades russas”, reiterou, citando como outro exemplo o acordo mediado pela ONU e pela Turquia para desbloquear as exportações de grãos ucranianos através do Mar Negro.
As sanções anti-Rússia afetaram pesadamente a economia da UE, deixando-a às voltas com a inflação crescente e uma crise de energia causada em grande parte pela decisão do bloco de se desligar do petróleo russo, bem como pelo fechamento do oleoduto Nord Stream 1. .